Em tom leve, por vezes irônico e marcado por um humor sutil, os onze contos de Roda-estrela pintam um panorama da adolescência. Seus protagonistas, carregados de dúvidas, dilemas e segredos, tiram o leitor para confidente e, sem pensar duas vezes, despejam seus conflitos: a dificuldade de escolher entre a família e os amigos, o que fazer para não ser o esquisito da turma, como lidar com a primeira paixão (e a primeira rejeição), culpas, perdas, invejas, ciúmes, solidão e o onipresente "mas o que é que os outros vão pensar?". Uma leitura sensível, profunda e divertida que mergulha no universo juvenil da virada do milênio.
“Quem reparou primeiro no Tales foi a Josi. Reparou também que ele estava de olho na Débora e não entendeu o porquê. Não que a Débora seja exatamente feia. Ela não é. Pelo menos no papel, ela não é. Cabelo meio loiro e liso, mas não liso demais, olho cor de mel de cílios longos, uma boca bem desenhada. Podia ter mais bunda, na opinião da Josi, mas nada de muito grave. Só que tem alguma coisa nela que não funciona. É sem graça, sem sal, os meninos passam reto. Ou passavam. Já o Tales nem pisca. Talvez sejam as luzes, pensa a Josi. Debaixo da roda-estrela, iluminada, ela acha que a prima até que está bonita.”
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Nascida em 1986, Fernanda Klein cresceu em Osório, litoral norte do Rio Grande do Sul, e hoje mora em Porto Alegre com a filha Olívia e a cachorra Violeta. É formada em Letras-Inglês pela UFRGS e pós-graduanda em Escrita Criativa pela PUCRS. Além de escritora, trabalha há mais de quinze anos como tradutora e revisora de texto, ajudando outras pessoas a se comunicarem. Começou a escrever suas próprias histórias em 2022 e tem contos e crônicas publicados em várias antologias e revistas. Roda-estrela é seu livro de estreia.
